James Franco: "Wim Wenders não força nada"

O homem dos sete ofícios do cinema americano está de volta como ator. Leia a entrevista
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Tem feito alguns filmes sobre escritores. Será coincidência? Pergunto isso porque aqui interpreta um escritor e Wim Wenders conhece-o também como romancista.

Sim, é verdade... Nem sei bem... Num dos meus próximos filmes, The Aderall Diaries, também faço de escritor.

Por outro lado, sugere-se que Wenders quis explorar o seu olhar triste...

Sim, mas não sou uma pessoa triste. Acho que o Wim percebeu que eu conseguia passar uma certa tristeza.

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Antes de Wim Wenders, rodou com Werner Herzog Queen of the Desert, outra lenda do cinema alemão. Como os compara?

O Wim é mais preciso, em particular com todas as componentes da parte técnica, prepara-se imenso. Em Tudo Vai Ficar Bem ele tinha uma ideia muito clara de como queria rodar, provavelmente tinha todos os planos concebidos com o diretor de fotografia. Até acredito que tinha toda a montagem na sua cabeça. Mesmo em termos do resultado da interpretação dos atores tudo já estava pensado. Por outro lado, não é um cineasta de mão firme, tem sempre um toque subtil, pede sempre tudo por favor e até nos pergunta se isto ou aquilo faz sentido. Dessa forma, chega a permitir ao ator alguma colaboração, ou seja, não força nada. Está muito aberto às contribuições de todos. Por seu turno, quando fui dirigido por Werner Herzog estava à espera de um realizador intenso, ele tem essa reputação, mas, na verdade, creio que é um homem mudado. Disseram-me que foi a sua mulher que o suavizou. Aquele Werner que encontrei é um doce, mas faz coisas no plateau muito fora do vulgar. Nunca tinha visto um realizador a bater a claquete, costuma ser o segundo ou o terceiro assistente do operador de câmara... Quer estar sempre no meio de todo o processo de filmagem.

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